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terça-feira, 26 de abril de 2016

Dois paquetes no Funchal em volta ao Mundo a representar companhias centenárias

Na passada Sexta-Feira dia 22 de Abril, os paquetes AURORA e AMSTERDAM fizeram no porto do Funchal as últimas escalas dos seus grandes cruzeiros de volta ao Mundo.
O AURORA largou do seu porto base de Southampton a 2 de Janeiro deste ano para uma viagem de circum-navegação de 114 noites, que fez passagem pelo canal do Panamá, depois ilhas do Pacífico, Nova Zelândia e Austrália, Extremo Oriente, Índia, navegação ao longo da costa africana e por fim regresso ao Reino Unido via Cabo Verde, Canárias e Madeira.
Momentos antes de largar do Funchal, o navio britânico foi presenteado com uma sessão de fogo de artifício pelas 22h30, de forma a assinalar o fim deste itinerário, visto por muitos como uma verdadeira viagem de sonho.
Quanto ao AMSTERDAM, realizou uma rota parecida com uma duração também semelhante, 115 noites, mas à base de Fort Lauderdale (Flórida), de onde largou a 5 de Janeiro, sendo que no decurso da viagem ao invés de contornar o continente africano, navegou da Índia para o Médio Oriente, chegando depois ao Mediterrâneo via canal do Suez. Na recta final do cruzeiro fez escala no Funchal em viagem transatlântica de regresso aos E.U.A.
Habitual gravura dos cruzeiros de volta ao Mundo na zona de proa do AMSTERDAM, neste caso alusivo a 2016.
Para além do tipo de viagem que estavam a realizar, estes dois navios também têm em comum o facto de pertencerem a duas companhias com mais de um século de existência, o AURORA da P&O Cruises, que datam as suas origens a 1837, altura em que começaram a operar viagens de transporte de correio até Portugal e Espanha como Peninsular Steam & Navigation Company, e o AMSTERDAM da Holland America Line, companhia que em 1870 começou a operar carreiras regulares transatlânticas entre Roterdão e Nova Iorque, originalmente com a designação de Nederlandsch-Amerikaansche Stoomvaart-Maatschappij (NASM).

Hoje em dia ambas as companhias pertencem ao maior grupo da industria dos cruzeiros, a Carnival Corporation sediada em Miami, Flórida.
Fotografias da autoria de João Abreu, salvo referência contrária. 
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PORTO NOVO no Funchal

O navio areeiro PORTO NOVO, ex. HUDSON STREAM e BOWSTREAM de 1971, a se posicionar a sul do porto do Funchal pronto para fundear na tarde de 22 de Abril último. Vinha carregado com o fogo de artifício que seria lançado mais tarde para assinalar a última escala do cruzeiro de volta ao Mundo do paquete AURORA.
O PORTO NOVO foi construído na Holanda, em Vuyjk Capele & Zonen's Scheepswerven N.V. no início dos anos 70, mas foi só em 1996 que a empresa madeirense António Pereira & Filhos Lda. o adquiriu ao armador britânico Seal Sands Maritime Ltd. passando então a operar com este nome na extracção de inertes marítimos no arquipélago da Madeira.
Registado na Capitania do porto do Funchal (FN-72-AL), ostenta 1,424 TAB, 81,50 metros de comprimento e 13 metros de boca, estando apto para atingir uma velocidade máxima de 12,5 nós. Está também dotado de um sistema mecânico de sucção, que lhe confere um célere carregamento de inertes no porão.
Fotografias da autoria de João Abreu, salvo referência contrária. 
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terça-feira, 19 de abril de 2016

BOUDICCA e NATIONAL GEOGRAPHIC EXPLORER em comum com a Noruega

Os navios BOUDICCA e NATIONAL GEOGRAPHIC EXPLORER estiveram juntos no porto do Funchal no passado Sábado dia 16 de Abril. Apesar de aparentemente não terem muito em comum, para além do casco escuro, ambos partilham uma forte ligação com a Noruega.
BOUDICCA a chegar ao Funchal na manhã de 16 de Abril juntando-se ao NATIONAL GEOGRAPHIC EXPLORER.
O NATIONAL GEOGRAPHIC EXPLORER foi construído precisamente nesse país nórdico em 1982 pelos estaleiros Ulstein Hatlo em Ulsteinvik, por encomenda do operador norueguês Hurtigruten, tendo sido entregue como um navio misto de passageiros/carga de nome MIDNATSOL. Ficou a operar os tradicionais itinerários pela costa norueguesa até 2003, ano em que deixou a companhia para integrar um novo projecto no Canadá.
VESTERÅLEN da Hurtigruten em Geiranger, Noruega. Aspecto parecido ao N.G. EXPLORER ex. MIDNATSOL e LYNGEN antes de deixar a frota.
Porém o mesmo não teve sucesso e o navio acabou por voltar à Hurtigruten em 2005 adoptando um novo nome, LYNGEN, realizando no Inverno os habituais cruzeiros costeiros sendo que nos meses de Verão servia de hotel flutuante para os trabalhadores da planta de gás natural de Snohvit, permanecendo atracado em Hammerfest, no norte do país.
Em 2008 e após vários trabalhos de remodelação, o navio foi vendido à Lindblad Expeditions renomeado de NATIONAL GEOGRAPHIC EXPLORER, derivado da parceria entre a Lindblad e a National Geographic Society, operando actualmente viagens de expedição com turistas nas zonas mais remotas e exóticas do planeta. Curiosamente o primeiro navio utilizado pela companhia fundada pelo explorador Lars-Eric Lindblad, pioneiro neste tipo de viagens de turismo, também se chamava EXPLORER tendo sido originalmente lançado como LINDBLAD EXPLORER em 1969. Perdeu-se por afundamento, próximo das ilhas Shetland do Sul em Novembro de 2007.
Quando ao BOUDICCA, não foi construído na Noruega mas próximo, em Wartsila Turku na Finlândia, por encomenda da antiga Royal Viking Line, companhia de gestão norueguesa e de grande prestígio na altura. Foi a última unidade de uma classe de três paquetes a ser entregue em 1973 como ROYAL VIKING SKY, considerado na época como um dos navios mais luxuosos do Mundo.
Posteriormente acabaria por passar por várias companhias mudando a sua designação diversas vezes, até em 2006 integrar a Fred. Olsen Cruise Line, companhia sediada em Ipswich, Reino Unido, mas de origem norueguesa, voltando assim o navio a estar intimamente ligado a esta nação escandinava.
Fotografias da autoria de João Abreu, salvo referência contrária. 
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Manobra vistosa do THOMSON MAJESTY

Desde que o paquete THOMSON MAJESTY mudou de comandante no mês passado, o mesmo tem vindo a realizar umas manobras no mínimo impressionantes no decurso das suas escalas regulares no porto do Funchal.
É agora costume o navio com 173 metros de comprimento, 27 de boca e 6 metros de calado, voltar no interior do porto, tendo já feito uma manobra semelhante à do ferry LOBO MARINHO quando chega ao Funchal, voltando em frente ao cais norte. Um procedimento bem arrojado atendendo à diferença de tamanho significativa entre os dois navios.
A semana passada o THOMSON MAJESTY voltou a realizar, à saída, uma manobra vistosa, ao voltar de bombordo para estibordo com a proa virada para terra, entre o molhe sul e o cais 8, como documentam as imagens. Momento que abrilhantou os olhos de quem estava a assistir, em especial dos entusiastas de navios, que muito apreciam ver estes que são os maiores objectos móveis feitos pelo Homem em acção.
Certo é que já lá vão muitos anos desde que um navio destas dimensões não voltava no interior do porto do Funchal, algo que muitos achavam não ser possível nos dias de hoje, devido às obras que foram surgindo na frente mar da cidade e aos fundos cada vez mais reduzidos.
Fotografias da autoria de João Abreu, salvo referência contrária. 
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segunda-feira, 18 de abril de 2016

Uma manhã com muitos navios

A manhã do passado dia 14 de Abril foi uma daquelas em que muito compensa madrugar para ir ver navios, especialmente com o grande movimento que se verificou no porto do Funchal.
O AIDA CARA foi o primeiro a chegar, oriundo dos Açores, acompanhando a chegada da primeira luz do dia à medida que atracava no cais norte. Segui-se o LE PONANT, navio de cruzeiros com desenho de veleiro de três mastros a operar pelos franceses da Compagnie du Ponant, que realizou a manobra no interior do porto para atracar por estibordo no molhe sul.
Pontualmente às 8h, como é habitual, largava o LOBO MARINHO para mais uma travessia até ao Porto Santo, cruzando-se à saída com o THOMSON MAJESTY. Fez-se ouvir um apito curto vindo do navio ferry de bandeira portuguesa, correspondido por outro igual do paquete, que logo de seguida procedeu à sua atracação enquanto começavam a cair alguns aguaceiros.
Um pouco depois era a vez do mais pequeno navio a operar para a Princess Cruises, o PACIFIC PRINCESS, efectuar a sua aproximação ao Funchal, já dos últimos portos de um grande cruzeiro de circum-navegação com a duração de 112 dias iniciado em Janeiro à base de Fort Lauderdale e Los Angeles.
Nesse preciso momento, o rebocador PONTA DO PARGO deixou o seu posto e foi ao seu encontro, acompanhado-o apenas por prevenção, tendo o PACIFIC PRINCESS atracado pelos seus próprios meios junto ao Forte da Nossa Senhora da Conceição.
E assim ficava composto o porto com 4 navios de turismo, após um período de grande actividade logo ao início de manhã, que nunca deixam de entusiasmar quem tem um gosto especial por toda esta envolvente.
Fotografias da autoria de João Abreu, salvo referência contrária. 
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LE LYRIAL em estreia no Funchal

O navio de cruzeiros francês LE LYRIAL, com aspecto e conceito de iate, fez a sua escala inaugural no porto do Funchal no passado dia 12 de Abril, uma estadia curta em viagem posicional para a Europa.
Com o nome dedicado à constelação Lyra do hemisfério norte, este navio vocacionado para o segmento dos cruzeiros de luxo foi a quarta e mais recente unidade da classe Boreal, desenvolvida em prol da modernização da frota da Compagnie du Ponant.
O LYRIAL, que foi precedido pelos gémeos LE BOREAL, L'AUSTRAL e LE SOLEAL, todos eles construídos em Fincantieri Ancona, apresenta 11,000 TAB, 142 metros de comprimento e capacidade para hospedar até 264 passageiros nos seus 122 camarotes e suites, todos eles com vista mar e 94% dos mesmos equipados com varanda. Para além da qualidade superior patente a bordo destes navios, estes oferecem também uma vertente de expedição, já que estão aptos para operar nas regiões polares e chegar onde os maiores não podem.
No tombadilho superior, alguns semi-rígidos utilizados para desembarcar em locais de difícil acesso.
Nas imagens, o LE LYRIAL a largar do porto da capital madeirense, a chuva fez questão em acompanhar o momento.
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quinta-feira, 14 de abril de 2016

SEABOURN QUEST a largar do Funchal

Registos alusivos à largada do "yacht-cruiser" SEABOURN QUEST do porto do Funchal no passado Sábado dia 9 de Abril, prosseguindo com o seu cruzeiro posicional dos E.U.A para o Mediterrâneo.
Este paquete com linhas e conceito de iate é até à data a mais recente unidade entregue à Seabourn Cruise Line, companhia sediada em Seattle, de origem norueguesa, que actualmente integra o grupo Carnival.
O SEABOURN QUEST construído em 2011 nos estaleiros T. Mariotti (Génova), foi o último navio de uma classe de três unidades gémeas que veio modernizar a frota da Seabourn, tendo sido precedido em 2009 pelo SEABOURN ODYSSEY e em 2010 pelo SEABOURN SOJOURN.
Fotografias da autoria de João Abreu, salvo referência contrária. 
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quarta-feira, 13 de abril de 2016

ASTORIA um navio afortunado

O navio de cruzeiros ASTORIA, a operar actualmente para o mercado britânico pela Cruise & Maritime Voyages, foi originalmente lançado a 9 de Setembro de 1946 para a Swedish America Line como STOCKHOLM, um nome que ficou associado a uma das maiores tragédias marítimas da história.
O ASTORIA como STOCKHOLM na sua forma original. Imagem: SS Maritime.
Em 1956 num dia de denso nevoeiro, o STOCKHOLM em viagem transatlântica no sentido este-oeste, colidiu no Atlântico Norte com o paquete ANDREA DORIA, que viajava no sentido oposto. O acidente acabou por levar ao naufrágio deste último, lançado apenas três anos antes e que até então era visto como o orgulho da Marinha Mercante italiana. Do outro lado e por mais incrível que possa parecer, o STOCKHOLM ficou com a proa abalroada mas não afundou, tendo ainda resgatado a maioria dos passageiros do ANDREA DORIA e continuando viagem pelos seus próprios meios rumo a Nova Iorque. Todavia 47 passageiros do navio italiano acabaram por perder a vida no momento do acidente.
STOCKHOLM de chegada a Nova Iorque com a proa abalroada dias depois da colisão com o ANDREA DORIA. Imagem: SS Maritime.
As reparações para a proa do STOCKHOLM iniciaram-se posteriormente nos estaleiros norte-americanos de Bethlehem Steel Company em Baltimore e o navio voltou a navegar em Novembro de 1956. Porém nos anos que se seguiram, a perda de notoriedade após a tragédia era bem patente e em 1960 foi renomeado de VOLKERFREUNDSCHAFT a operar cruzeiros maioritariamente para alemães do partido comunista, trabalhadores e famílias aos quais eram atribuídas este tipo de viagens como recompensa.
Apesar das suas origens datarem de 1946, o ASTORIA é agora, no fundo, um navio dos anos 90, tanto a nível exterior como técnico, resistindo apenas o casco da década de 40. Entre 1992 e 1994 foi totalmente remodelado, tendo sido construído um casario novo e as turbinas a vapor substituídas por motores diesel, entre outras alterações não menos importantes. Regressou como novo, renomeado de ITALIA PRIMA a operar para os italianos da Nina Compania di Navigazione.
Posteriormente ainda passou pela Festival Cruises como CARIBE e depois por duas companhias sediadas em Portugal, primeiro como ATHENA pela Classic International Cruises e de seguida como AZORES para a Portuscale Cruises, sendo que em ambas era normalmente fretado a operadores estrangeiros. Foi precisamente para a CMV, o último operador pelo qual o AZORES navegou por afretamento, que recentemente tomou a propriedade do navio mudando a sua designação para a actual.
O ASTORIA conta hoje em dia com uma história vasta, que poderia muito bem ter terminado em 1956, caso o acidente no qual foi interveniente tivesse ocorrido de outra forma, ou inclusive colocando a hipótese se o mesmo não tivesse acontecido, seria então muito provável que não teria resistido como tem feito actualmente, se tivesse continuado como STOCKHOLM. Deveras uma navio afortunado pelo destino.
Nas imagens, o ASTORIA visto no Funchal a 7 de Abril último, na primeira escala que fez no porto da capital madeirense com este nome, no decurso de um cruzeiro aos arquipélagos dos Açores e Madeira baseado em Inglaterra.
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